Postado por :
Edmar Assis
17/02/2013
por Rafael Werneck
Entitular o Leeds United como
“matador de gigantes” pode soar ofensivo para torcedores mais antigos,
acostumados às glórias de outrora. Porém, foi com este rótulo que os whites entraram em campo na tarde de
domingo, dia 17 de fevereiro, na cidade de Manchester, pelas oitavas-de-final
da F.A. Cup, para enfrentar o Manchester City. Mesmo eliminando, nesta
temporada, Everton e Southampton, pela Copa da Liga e o Tottenham pela própria
F.A. Cup, o Leeds não conseguiu intimidar os citizens.
Eliminados da Capital One Cup, da UEFA Champions
League e 12 pontos atrás de seus arqui-rivais, o Manchester United, na Premier
League, a F.A. Cup restou como a chance mais factível para o City de levantar
um troféu nesta temporada. Levando isto em conta, Roberto Mancini levou à campo
força máxima, apenas com as ausências de Joe Hart e Gareth Barry, que vinham de
péssima jornada pela Premier League, para o duelo contra os whites. Já o Leeds, que está no meio da
tabela na Championship, não vem de bons resultados, sem vitórias desde o mês de
janeiro. A F.A. Cup, portanto, era a chance de redenção para ambas as equipes.
O jogo
O jogo começou com o Manchester
City fazendo marcação pressão no campo do Leeds, que se mostrava nervoso e
disperso, errando muitos passes. O veloz ataque formado por Tévez, Aguero e
Silva não dava descanso aos defensores de branco. Já aos 5 minutos do primeiro
tempo, após tabela nas imediações da área dos Peacocks, Carlos Tévez achou Yaya Touré no meio da área, com uma
cavadinha espetacular. Touré se mostrou tranqüilo para driblar Ashdown e rolar
para o gol vazio.
O gol destroçou a estratégia de
contra ataques do Leeds. O nervosismo e a dispersão apenas aumentaram. O
veterano Michael Brown era o retrato do time, inquieto e errando passes. Já a
dispersão ficava por conta de Ross McComarck e Stephen Warnock, que se
complicaram com simples domínios de bola. Neil Warnock, então, adiantou sua
última linha e instituiu marcação pressão na saída de bola do City. Esta
mudança tática apenas abriu espaço para os lançamentos longos nas costas de
Peltier e Lees, buscando os ágeis Tévez, Aguero e Silva.
Aos 15 minutos, Aguero foi
lançado pela direita, invadiu a área e foi puxado pelo zagueiro Lees. O árbitro
Mark Clattenburg assinalou um discutível pênalti. A torcida de Yorkshire tem
direito de reclamar desta penalidade e de se perguntar onde estava o apagado
Samuel Byram neste lance. Aguero cobrou no canto superior direito, mas Ashdown
pulou para o outro lado. Manchester City 2x0.
O Leeds não conseguia se movimentar.
James Milner, fixado no lado direito, dava o primeiro combate na linha média,
com cobertura de Zabaleta, restringindo as subidas pelo flanco esquerdo de
Warnock e Varney. Brown continuava sendo pouco efetivo no meio de campo, o que
redobrava o trabalho do incansável Rodolph Austin, com muita correria e pouca
inspiração. Aidan White não aparecia no jogo, Diouf e McComarck continuavam
isolados na frente.
Aos 27 minutos começou a melhor
atuação vinda de Yorkshire: a atuação da torcida. Sempre barulhentos, não
paravam de cantar e ainda satirizaram a torcida dos sky blues ao fazerem o “the
Poznan”. Mesmo perdendo por dois gols, ouvia-se o Marching On Together, com os tradicionais gritos de “Leeds, Leeds,
Leeds!”.
Com 30 minutos de um jogo já
controlado, o City começou a dar mais espaço ao Leeds, que conseguiu trocar 5
passes consecutivos pela primeira vez. Mesmo assim, os whites eram extremamente ineficientes no ataque, tendo suas jogadas
anuladas ainda no meio de campo. O jogo continuou morno e apenas aos 45
minutos, numa forte cobrança de falta de McComarck, o Leeds deu seu primeiro
chute ao gol, espalmado para escanteio por Pantilimon.
O segundo tempo começou com as
saídas de Brown e McComarck para as entradas de Norris e Morison. O City voltou
para o jogo um pouco mais ligado, com as rápidas tabelas entre seus três homens
de frente. Em mais uma bela jogada, aos 51 minutos, Aguero dribla dois
marcadores e acha Tévez, na área, que marca o terceiro dos citizens. O jogo já está definido.
Logo na saída de bola,
demonstrando o total nervosismo e inoperância ofensiva do Leeds, Austin tenta
um chute à quase 30 metros de distância do gol. A bola vai parar nas mãos dos
torcedores de Yorkshire, que, sem mais motivos para comemorar, escondem a bola
do goleiro do City. Além disso, cantam para os torcedores adversários “You’re nothing special, we lose every
week...”. Pelo menos eles conseguiam se divertir, pois sua equipe não
colaborava em campo.
Enquanto cantavam “Warnock, time to go”, os torcedores de
Leeds testemunharam Jack Rodwell acertar o travessão de Ashdown, após rebote
concedido por chute de Yaya Touré. O jogo fica chato, com toques laterais e
pouca inspiração dos dois lados. Ashdown trabalhou mais uma vez aos 71 minutos,
defendendo chute do brasileiro Maicon. Na reposição, em contra-ataque, White
sobe pela direita e cruza para Luke Varney, que cabeceia por cima do gol.
O quarto gol do City veio após
lindo passe por cobertura de David Silva para Sergio Aguero, que domina dentro
da área, sendo marcado apenas de longe por Lees, e toca na saída de Ashdown.
Aos 73 minutos, os torcedores do Leeds United cantam, sarcasticamente, “We’re gonna win 5-4”. Show à parte da
torcida do Leeds.
Warnock, tenta uma última
alteração para ver se algo acontece e saca Austin para entrada de Michael
Tonge. O jogo continua pouco emocionante, com o Leeds reclamando de mão na bola
na área do City aos 75. O próximo lance de perigo ocorre apenas 10 minutos
depois, quando Dzeko dribla seu marcador e chuta rasteiro para defesa de
Ashdown, que afasta para escanteio.
Resumo:
O Manchester City não precisou se
esforçar muito para vencer o Leeds United. A equipe de Leeds esteve num dia
ruim e enfrentou um adversário numa boa jornada no Etihad Stadium. A pressão só
aumenta em Neil Warnock. Com jogos em casa contra o Blackpool e fora contra o
Blackburn, uma vitória na quarta-feira é essencial para que ele se mantenha no
cargo. Difícil acreditar, porém, que ele sobreviva no cargo após o próximo fim
de semana, vez que vencer o Blackburn em Ewood Park não será um trabalho fácil.